Comportamento de birra, por que ocorre e, como lidar?
Por que a birra é tão presente na vida das crianças?
Quando os filhos são pequenos é natural que apresentem birras que funcionam como algo instintivo pela criança, como se fosse o único meio de obter algo que deseja, esse comportamento é muito frequente na primeira infância onde o egocentrismo é mais presente.
Ou seja, o outro não é visto como prioridade, e por volta dos dois anos onde a birra é mais frequente, a criança ainda não consegue entender as questões de limites que devem ser desenvolvidas no decorrer da sua infância.
Geralmente, o comportamento de birra é um assunto complexo e com grande incidência de questionamentos nos consultórios de psicologia e rodas de conversas em ambientes escolares, não somente por parte dos pais, mas também dos educadores.
A birra à luz da Psicologia
A criança tende a acreditar que os adultos se comoverão com seu comportamento e oferecerão aquilo que ela deseja, o cérebro infantil crê então que esse comportamento lhe oferece benefícios.
Em primeiro lugar, é importante observar o ambiente em que a criança apresenta a birra, é importante ter em mente três variáveis como:
- Onde ocorre;
- Quem está por perto,
- Qual o motivo da birra
As respostas podem ser diversas os pais podem dizer que a birra ocorreu do nada, ou por inúmeras razões.
De forma que, essa criança está expressando uma necessidade de importância, ou seja, ela está muitas vezes esperando que alguém olhe para ela.
Em primeira instância é muito difícil identificar as variáveis que interferem no comportamento de birra, certamente há motivos mas é necessário muito treino para enfim obtermos clareza acerca do comportamento, como a psicologia visa observar tais comportamentos são considerados 'disfuncionais', é importante obter informações sobre como a criança se comporta em diferentes cenários, e quais os comportamentos que desencadearam a birra.
Assim, através das variáveis observadas teremos condições de prever as situações possíveis em que é possível que a criança apresente esse comportamento de birra.
Como dito anteriormente, a birra é um comportamento emitido pela criança, de forma que ela é quem responde ao ambiente, ou seja como esse comportamento é exteriorizado, saber que é nervosismo não é o bastante, mas sim entender como ele é explicito, se a criança grita, se joga no chão, bate a cabeça, bate no outro etc...
Além disso, com clareza podemos até avaliar o comportamento de birra, uma vez que o sentimento de nervoso não é o comportamento de birra, o sentimento apenas acompanha a birra, que pode ser também uma espécie de frustração por não obter aquilo que deseja.
Consequentemente, quando a criança apresenta a birra é importante que os pais não tomem nenhuma atitude alterada, ou seja não bata, ou grite com a criança, dessa forma ela não vai conseguir entender que está errada, ela vai ficar com medo, ou até se sentir ameaçada, mas não extinguir o comportamento inadequado.
Esse medo é uma das consequências da birra , o medo do adulto é de que por trás do medo possa haver algum outro problema e o medo da criança de não obter atenção que merece, além disso o medo nos torna frágil e angustiado, quando sentimos medo tentamos até descobrir o que não está sendo funcional, mas não conseguimos enxergar naquele um momento algo que seja útil para todos os envolvidos.
Sabemos que, é difícil para as mães ou qualquer adulto cuidador da criança ter em mente o que fazer para não ceder as birras, uma vez que a birra é sempre associado pela criança a recompensas, seja um brinquedo, um doce, ou uma atenção que naquele momento não é possível estar voltada a essa criança.
É ainda necessário que haja uma flexibilização relacionada ao objetivo almejado tanto pela criança que é a recompensa, quanto pelos pais que é a mudança do comportamento de birra para um comportamento funcional.
Embora, na criança ela tenha dificuldade de perceber e interpretar os sentimentos do outro, é neste momento que as crises de birra podem desencadear o stress do adulto.
Dicas para diminuir o comportamento de Birra na criança
Na fase da birra, a criança entende que dessa forma ela vai conseguir a atenção que deseja e assim passa a manipular com frequência os adultos para obter os ganhos secundários.
O ideal é buscar ser coerente quando a birra já aconteceu não adianta, mas com certeza as pessoas que convivem com a crianças são capazes de antever o comportamento de birra, as crianças quando pequenas necessitam de algo concreto, um exemplo pode ser utilizar técnicas visuais, um exemplo seria um quadro de rotina colorido com emogis explicitando ao seu filho o que é preciso fazer.
À medida que é inserida essa ferramenta visual é possível que a criança se atente necessário fazer até que se transforme em um hábito.
Contudo, é importante que explique com clareza o porquê que é necessário tal mudança e quais as consequências, e a sequência que deve ser seguida, e com dicas visuais elas tem mais facilidade de organização.
O segundo passo para lidar com a criança é necessário que haja uma constância, e para isso é necessário que o adulto esteja junto a criança para ensinar e mostrar a criança a importância da execução das atividades como o banho e a hora da alimentação na primeira infância, ensinar a criança a noção do tempo, ou seja, é bom implementar a utilização de alarmes, cronômetros de forma lúdica objetivando que a criança saiba quando é o momento certo de parar com a atividade que está entretendo a criança para executar a rotina que é desejada.
O terceiro passo seria tentar diminuir a intensidade das atividades que são prazerosas para a criança com o intuito de obter menos relevância, um exemplo seria;
Digamos que, a criança não saia da televisão para tomar banho, talvez diminuir o brilho da televisão, baixar a qualidade de um áudio, pode ser funcional ou até mesmo guardar seus brinquedos aos poucos até ela se desligar e dar a devida importância as rotinas.
Sabendo que, cada criança tem sua particularidade mesmo com essas ferramentas a criança não parar com a birra ainda assim é importante não ceder e sim, negociar com a criança através de estratégias que visam acalmar a criança, o adulto pode elogiar ou dar opões para a criança como um combinado.
Se porventura, a criança teimar em fazer birra mesmo assim, é importante que o adulto aguarde essa criança se acalmar, e espere o tempo necessário, e a partir do momento em que a criança estiver mais calma, conversar com a criança à sua altura dizer que a entende mas necessita que a criança faça o que está sendo orientado, pois senão é ela o adulto é quem vai ficar triste.
Portanto, se a criança continuar com a birra é necessário adotar uma postura coerente e, de forma constante para que a criança entenda as consequências do seu comportamento e que vai passar e o importante é levar a um direcionamento que haja clareza para que a criança entende que a birra não vai levar a conquista dos seus objetivos.
E se ao acaso o olhar para a criança for sutil há ainda o medo de não conseguir acompanhar, é de suma importância que o adulto assuma o seu lugar de provedor e tome as posturas corretas para a criança obter mais segurança.
E com o seu desenvolvimento a criança necessita desde pequeno aprender a lidar com as frustrações, devido ao fato de nem tudo acontecer na vida dos seres humanos da maneira que é esperada, a criança deve compreender que ela pode sim conseguir o que almeja mas a forma ideal que ela vai conquistar para não haver frustração de ambas as partes.
Agindo assim, ela pode aprender a se acalmar e compreender melhor seus sentimentos, e as soluções dentro do limite ideal estabelecido.
E finalmente, quanto mais cedo a criança aprender melhor será para evitar danos quando ela chegar na fase da adolescência.